Pix por Aproximação: mais rapidez, mas com desafios de segurança

Pix por Aproximação: mais rapidez, mas com desafios de segurança

A partir de amanhã, 28 de fevereiro, o Pix por Aproximação será uma realidade para a maior parte da população. Com o uso da tecnologia NFC (Near Field Communication), o pagamento será feito apenas aproximando o smartphone da maquininha ou outro aparelho, sem necessidade de abrir o aplicativo do banco, e escanear um QR Code ou digitar a chave Pix do recebedor (CPF ou CNPJ, por exemplo).

O Pix por Aproximação funciona por meio das Carteiras Digitais (Wallets) ou outras Iniciadoras de Pagamento, permitindo que o usuário, após consentimento prévio, realize pagamentos de forma instantânea.

O funcionamento é semelhante aos cartões por aproximação. Atualmente, 65% das compras presenciais com cartão já são feitas dessa forma, e a expectativa é que o Pix amplie ainda mais esse comportamento no mercado.

Essa inovação traz mais praticidade e rapidez para o consumidor, mas também levanta preocupações sobre segurança e fraudes.

Segurança: riscos e fraudes que podem ocorrer

Apesar da praticidade, o Pix por Aproximação traz desafios relacionados à segurança. Algumas fraudes já são previstas :

  • Aproximação Induzida – Golpistas podem tentar cobrar valores indevidos, mediante aproximação, principalmente em locais movimentados.

  • Roubo ou furto do celular – Se um criminoso obtiver um smartphone desbloqueado, poderá realizar transações antes que a vítima bloqueie o dispositivo.

  • Clonagem de carteiras digitais – Aplicativos falsos ou links maliciosos podem capturar dados bancários e serem usados para fraudes.

Para mitigar esses riscos, o Banco Central estabeleceu o limite máximo de R$ 500,00 por transação, com a possibilidade de o usuário reduzir esse valor. 

Medidas recomendadas para os consumidores

Para garantir mais segurança ao usar o Pix por Aproximação, é recomendável:

  • Manter o smartphone protegido com senha, biometria ou reconhecimento facial.

  • Definir limites para pagamentos sem autenticação com senha ou outros métodos de segurança, mantendo valores reduzidos apenas para transações do dia a dia (pagamentos recorrentes no comércio).

  • Evitar clicar em links suspeitos, prevenindo golpes digitais.

  • Monitorar as transações pelo aplicativo do banco e ativar notificações para identificar rapidamente qualquer movimentação suspeita. 

Medidas já estabelecidas pelo Banco Central para evitar fraudes

Para reduzir fraudes , antes do lançamento do Pix por Aproximação, o Banco Central implementou algumas medidas de segurança relevantes.

Essas medidas reforçam o quando previsto no Mecanismo Especial de Devolução (MED), tendo em vista que, a rápida movimentação de recursos pelos criminosos ainda dificulta a devolução do dinheiro.

Entre janeiro e julho de 2024, R$ 4,4 bilhões deixaram de ser restituídos às vítimas, e apenas 32% das solicitações de estorno foram atendidas, totalizando R$ 284 milhões recuperados.

Já se encontram em vigor as seguintes medidas:

  • Cadastro obrigatório de dispositivos – Se um aparelho não estiver previamente registrado no banco ou instituição, os pagamentos estarão limitados a R$ 200 por transação e R$ 1.000 diários.

  • Marcação de Fraude - Contas suspeitas deverão ser identificadas e informadas para outras instituições, impedindo que continuem recebendo valores ilícitos.

  • Sistemas de detecção de fraudes - As instituições devem identificar transações incompatíveis com o perfil do cliente, detectando e bloqueando operações suspeitas em tempo real.

O Pix por Aproximação chega como mais uma evolução no sistema de pagamentos, trazendo mais rapidez e facilidade, mas também exigindo novos cuidados por parte dos usuários.

As instituições financeiras já devem seguir a regulamentação do Banco Central e adotar algumas medidas para tentar mitigar o risco de fraudes e proteger seus clientes.

O realização de transação por Pix poderá ser feita por aproximação, mas é essencial que seja confirmada com a autenticação do usuário (por senha, biometria ou reconhecimento facial). Algumas instituições já definiram limites de valor, e cabe aos usuários gerir esses limites.

Mas a inovação no setor financeiro precisa ser acompanhada por educação digital e um uso consciente da tecnologia, para que os benefícios do Pix por Aproximação sejam plenamente aproveitados pelos consumidores.